A Corveta “Barroso” da Marinha do Brasil resgatou, no último dia 4 de setembro, 220 migrantes no Mar Mediterrâneo. No grupo estavam 94 mulheres, 37 crianças e quatro bebês de colo, muitos deles extremamente debilitados.
Cerca de 13h30 no horário de Brasília (18h30 na Itália), o navio encontrava-se navegando a 170 milhas da terra mais próxima, Sicília, Itália, com destino a Beirute (Líbano), quando recebeu um comunicado do Centro de Busca e Salvamento Marítimo (MRCC) italiano, por meio do sistema automático de comunicações do serviço internacional de Busca e Salvamento.
O MRCC informou sobre a existência de uma embarcação com risco de afundar com cerca de 400 migrantes, com destino à Europa e solicitou ao navio brasileiro que se aproximasse da posição, a cerca de 150 milhas da terra mais próxima, Peloponeso, Grécia. A Corveta chegou ao local após uma hora de navegação.
Dois Navios-Patrulha italianos de pequeno porte se juntaram à cena de ação e, tendo em vista a impossibilidade de receberem os migrantes a bordo, a Guarda Costeira italiana solicitou o apoio da Marinha do Brasil para o resgate e posterior transporte para o porto italiano de Catânia. O Comandante da Marinha do Brasil prontamente autorizou a prestação do apoio, a fim de salvaguardar a vida daquelas pessoas.
Segundo o Capitão-de-Fragata Amendoeira, comandante do navio, “As pessoas chegaram a bordo da Corveta Barroso debilitadas, com casos de desidratação leve, foram medicadas pela nossa equipe médica de bordo. Inclusive tinha uma senhora com uma fratura no braço e outra grávida. Todos estavam com muita sede”. “Eles se sentiram muito aliviados, alguns se jogaram no convés da Corveta Barroso em agradecimento. Eles já estavam há sete dias na embarcação, sem perspectiva de chegar talvez com vida à costa da Itália”.
“Eu me sinto apenas um cidadão, um servidor da Marinha do Brasil. Eu sinto muito orgulho do que eu faço na Marinha do Brasil, perante o Brasil. Nada de heroísmo, é apenas a nossa função”, afirmou o comandante Amendoeira.
A Corveta “Barroso” saiu em 8 de agosto do Rio de Janeiro para substituir a Fragata “União” na Força-Tarefa Marítima das Nações Unidas (FTM-UNIFIL) no Líbano, a fim de atuar como Navio Capitânia do Comandante da Força-Tarefa, cargo esse exercido por um Almirante brasileiro desde 2011, e realizar tarefas de interdição marítima e capacitação da Marinha libanesa.
De projeto e fabricação nacionais, a Corveta tem 103,5 m de comprimento e 2.400 toneladas (a plena carga), com autonomia para permanecer por 30 dias em missão. Sua velocidade nominal máxima, com turbina a gás, é de 30 nós, e seu raio de ação, com velocidade de 12 nós, é de 4.000 milhas (ou 7.200 km).
Com uma tripulação de 191 militares a bordo, o navio permanecerá no Líbano até fevereiro de 2016. Assim que a Corveta “Barroso” assumir a missão, a Fragata “União” retornará ao Brasil.
Fonte/fotos:Marinha do Brasil