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sábado, 21 de outubro de 2017

VELEIRO KESTREL


Em 22 de agosto, a maré baixa e a erosão na Praia do Embaré em Santos/SP provocaram o aparecimento de pedaços de madeira e metal que se assemelham a um casco de navio, próximo à mureta do Canal 5. Segundo a prefeitura, os destroços têm pouco mais de 50 metros de comprimento e 12 metros de largura, aproximadamente.

Uma  sondagem, feita em 21 de setembro com três equipamentos, a equipe que estuda a descoberta já havia constatado que trata-se de uma embarcação de mais de 100 anos, por conta do material encontrado (madeira e metal). A suspeita é que seja o veleiro inglês Kestrel, que afundou nessa região em 11 de fevereiro de 1895.

"Analisamos as imagens obtidas e constatamos que o navio está inteiro enterrado. O que vemos ali na faixa de areia é o convés dele", afirma o arqueólogo Manoel Gonzalez, que lidera um grupo de seis pesquisadores. Os destroços têm profundidade média de três metros, em toda a extensão da área.

As imagens ainda mostram que a proa do navio (parte frontal) está na direção de São Vicente e que a popa (parte traseira) está próxima ao Canal 5, mas que não encosta ou passa por baixo da estrutura, construída em 1927. A disposição do barco, segundo Gonzalez, também evidencia um possível veleiro.

O arqueólogo explica, ainda, que a embarcação está parcialmente adernada, o que faz o delineamento do casco na faixa de areia não ser proporcional dos dois lados. "É possível notar que houve uma acomodação de um dos bordos, que abriu mais que o outro, que permaneceu intacto com o passar dos anos".


Além disso, um objeto de metal de seis metros de comprimento por dois de largura intrigou o grupo. "Não sabemos o que é. Pensamos em uma caldeira ou até em um canhão, mas descartamos. Ele está localizado na parte da frente, próximo ao centro e do lado esquerdo, e pode nos ajudar a revelar esse navio", diz.

Gonzalez aguarda autorização da Marinha do Brasil para realizar uma escavação prévia de trechos da área, para complementar a análise e encontrar outras pistas, como eventuais cargas que ele transportava. "Por enquanto, é um fragmento sem vida. Tendo todas as informações encontradas, ajuda a criar uma vida para ele".

A Marinha do Brasil ainda analisa os documentos protocolados pelo arqueólogo sobre a descoberta. Apenas a autoridade marítima pode autorizar a escavação do sítio arqueológico, que é monitorado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e pelo Ministério Público, na esfera Estadual e Federal.

A intenção dos pesquisadores é escavar toda a área e retirar por completo o navio. "É uma operação que deve ser feita para preservá-lo, além de garantir a segurança dos banhistas. Depois, ele pode ser exposto", fala. Estima-se que o trabalho custe R$ 1 milhão, e o grupo ainda estuda uma maneira de viabilizá-lo.


Veleiro KESTREL
O Veleiro Kestrel de bandeira inglesa, foi construído em dezembro de 1871 pelo estaleiro Horton, N. S..

A embarcação de transporte de carga, realizava o trajeto, Europa-EUA - EUA-Brasil, trazendo para o Brasil ítens diversos proveniente principalmente da Inglaterra.

Em uma noite de grande tempestade, o veleiro que se encontrava ancorado na Barra de Santos, teve o cabo da âncora partido, e ficou a deriva e parando somente nas areias da Praia do Boqueirão (antigamente chamada de Praia do Embaré) em 11/02/1895.
No momento do encalhe estavam à bordo, apenas o cozinheiro, um marinheiro e um ajudante. O capitão e os demais membros da tripulação estavam em terra, pois mais cedo a embarcação havia atracado no Porto de descarregado.

Nos 24 anos de atividade, o Veleiro Kestrel foi comandado por sete capitães diferentes (Capt. D. L. Faulkner, Capt. G. W. Olsen, Capt. Lockhardt, Capt. McLeod, Capt. Norton, Capt. Priest) sendo o último, o Capitão Cochrane, no dia do encalhe.

Fonte/Imagens:G1 e
Projet Kestrel

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